domingo, 13 de novembro de 2011

A honestidade e a Roupa Nova do Rei

Ficheiro:Bertall ill Les Habits Neufs du Grand Duc duc.png





Autor: Hans Christian Andersen
Local: Dinamarca
Data: 1837



            Um suposto alfaiate oferece seus serviços a um vaidoso rei: poderia fazer-lhe roupa bonita que apenas pessoas inteligentes poderiam ver. O rei, gostando da proposta, pediu-lhe que a confeccionasse. O bandido exigiu vários baús cheios de riquezas para o projeto; após, fingiu tecer fios invisíveis, que as pessoas alegavam ver para não parecerem estúpidas. O rei "vestiu" suas novas roupas e desfilou pela cidade. Desmascarado por uma criança, a qual gritou: O rei está nu!, causando espanto geral, escondeu-se de vergonha.

             A pergunta que não quer calar:

           Os nativos da informação têm grande facilidade para informática e tecnologias. Toda essa precocidade incentiva o amadurecimento e o despertar de novos desejos e aspirações. 
            A que se deve atribuir o interesse cada vez maior das crianças por assuntos adultos, como a violência, a sexualidade  e vaidade, resultando respectivmente - entre outros transtornos - o bullyng, a gravidez precoce e a anorexia e bulimia nos jovens?

Castigo Excessivo Contra o Negrinho do Pastoreio

O Negrinho do Pastoreio


Autor: Simões Lopes Neto (coletânea)
Data: Final do século XIX
Local: Brasil (Rio Grande do Sul) e Uruguai

      
            Após espancar o menino e abandoná-lo à morte em um formigueiro, o patrão verifica, no dia seguinte, que o menino está de pé, ileso, ao lado da Virgem Nossa Senhora, juntamente com o baio e os outros cavalos. Reza a lenda que a Virgem Nossa Senhora o livrou do cativeiro, dando-lhe umque havia perdido e a tropilha, que ele conduz e pastoreia, pelos campos...

           A pergunta que não quer calar...

 Excesso de disciplina é um método antiquado sugerido pela educação tradicional como meio de impor rigor as crianças; ainda utilizado em algumas instituições de ensino e enraigado na cultura das gerações.
            Na sua opinião, qual o meio mais adequado de punição, tanto nas situações familiares mais simples quanto no caso de infrações graves cometidas por menores?

Trauma Infantil do Patinho Feio







Autor:  Hans Christian Andersen
Data: 1837
Local: Dinamarca

    
             Dirigiu-se então para eles, cabisbaixo, para lhes mostrar que estava pronto para morrer. Foi então que viu seu reflexo na água: o patinho feio se transformara num magnífico cisne branco....

            A pergunta que não quer calar...

            Nem todas as histórias infantis trazem as bizarrices da idade Média. Andersen é brilhante ao demonstrar a fragilidade da auto-estima das crianças, no espelho que os pais são em certas fases do desenvolvimento, como o "Apego" defendido por Bowlby e a importância dos pais para o bebê segundo os pós-freudianos. Boris Cyrulnik traz a questão da resiliência á luz do debate, quando analisamos a criatividade dos que começam na vida em desvantagem e conseguem superar os obstáculos, mesmo com graves traumas ocorridos na primeira infância e com famílias desestruturadas.
            Como se pode superar, na fase adulta, os maus-tratos da infância? Qual a responsabilidade dos pais no sucesso ou fracasso dos filhos? Qual o paradoxo existente entre a superproteção e a submissão dos filhos na família moderna?

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Parafilia Ilegal e Chapeuzinho







Chapeuzinho Vermelho
Autor: Charles Perrault
Local: França
Data: 1697

O lobo chegou à casa da avó; matou-a e cortou sua carne em fatias. Depois, vestiu sua roupa de dormir e ficou deitado na cama, à espera. Pam, pam.
Olá, vovó. Trouxe para a senhora um pouco de pão e de leite.
Sirvase também de alguma coisa, minha querida. Há carne o vinho na copa.
Tire a roupa e deitese na cama comigo.
Para cada peça de roupa corpete, saia, anágua e meias a menina fazia a mesma pergunta. E, a cada vez, o lobo respondia:
Jogue no fogo. Você não vai precisar mais dela.
Quando a menina se deitou na cama, disse:
Ah, vovó! Como você é peluda!
É para me manter mais aquecida, querida.
Ah, vovó! Como são compridas as suas unhas!
É para me coçar melhor, querida.
- Ah, vovó! Que dentes grandes você tem!
- É para comer melhor você, querida.
E ele a devorou.
            A pergunta que não quer calar...
Em uma versão mais antiga o lobo estripa a vovó e obriga a Chapeuzinho a comer a refeição macabra: carne da vovó e "vinho" (...). A menina pede para ir ao banheiro (naquela época ficava do lado de fora das casas) e foge desesperada. O pior: a figura "lobo" pode fazer referência ainda a pessoas de má-fé e pedófilos... em uma gravura mais antiga, chapeuzinho aparece nua a mesa, comendo a carne da avó, ou com um "top" sob o busto...histórias da carochinha que ninguém conta...
Dentre as estudadas neste blog, esta é a relativamente mais 'amena' de todas. Surge a questão: como justificar às crianças a necessidade de sempre falar a verdade, de não escutar os estranhos, e obediência aos pais?