Mula-sem-cabeça e a igreja Católica

Local: Brasil

Ano desconhecido

Autor desconhecido

Se uma mulher fizer sexo com um padre, transforma-se nisso, soltando fogo pelo pescoço. Em versões antigas, ela corre pelas matas assassinando com os cascos afiados homens que porventura a encontrem.

            A pergunta que não quer calar...

            Futebol e religião não se discute... 
            A repressão sexual existe desde os primórdios de formação da sociedade, quando foram impostos os mitos do que era moral e do que era incesto. Mas o que essa alusão provocou na geração dos nossos pais, que escutavam essas histórias que reprimiam a sexualidade das pessoas envolvidas na sua comunidade da época e que eram castigadas? São mais ou menos reprimidos com esse resquício de informação, levando em conta que cresceram ouvindo sobre o castigo às coisas erradas?

O objetivo deste trabalho é divulgar fábulas de forma simples e educativas a crianças a partir dos 8 anos.

Cuidado, Pais conscientes!

Ah, como é importante para a formação de qualquer criança ouvir
muitas, muitas histórias... Escutá-las é o início da aprendizagem
para ser um leitor, e ser leitor é ter um caminho absolutamente
infinito de descoberta e de compreensão do mundo... 
                                                                                             

 Fanny Abramovich

É a partir do século XVIII que a criança passa a ser considerada um ser diferente do adulto, com necessidades e características próprias. Pode-se dizer que os contos de fadas, na versão literária, atualizam ou reinterpretam, em suas variantes questões universais, como os conflitos do poder e a formação dos valores, misturando realidade e fantasia, no clima do “Era uma vez...”...

Mas... "foram felizes para sempre" nem sempre condiz com a realidade da nossa sociedade, que evolui engatinhando-se quando se trata de moral e ética. Este blog destina-se a todos aqueles interessados em filosofar sobre o mundo mágico das historias e todas as suas aplicações na educação das crianças. Afinal, as fábulas e histórias infantis, antes de tudo, projetam os desejos dos próximos membros que construiram a sociedade.

Os primeiros impressos para crianças não tinham nenhuma intenção mais amena. Páginas coladas a um suporte, que a primeira vista podiam servir também de palmatória. Começam a ser usadas em 1440 e continuam a aparecer até 1850 . Além do ABC incluíam orações, ensinamentos morais ou políticos.

Logo a criança descobre as anedotas, contos maravilhosos, episódios de cavalaria. E se apossam dessas narrativas populares que não foram escritas especialmente para elas.  A Literatura Infantil apareceu durante o século XVII, época em que as mudanças na estrutura da sociedade desencadearam repercussões no âmbito artístico, que persistem até os dias atuais. Sua emergência deveu-se, antes de tudo, à sua associação com a Pedagogia, já que as histórias eram elaboradas para se converterem em instrumento dela.

Delírio no País das Maravilhas

Autor: Charles Lutwidge Dogson (pseudônimo Lewis Carrol)

Local: Inglaterra

Data: 1865

            É uma história “fora da realidade” para padrões infantis.

            Carrol era um homem muito tímido, e gostava de crianças do sexo feminino e de contar-lhes histórias. Fez amizade com o reitor da Universidade de Oxford, Henry Liddell, pai de Alice.  Costumava passear de barco com a menina, momentos em que lhe contava histórias. A pedido dela, resolveu assentá-las por escrito. Alice, então com sete anos, tornou-se musa inspiradora e modelo fotográfico.

            A inocência do livro é posta em ótica suspeita. Um artigo publicado no The Lancet sugeriu que parte da narrativa de Alice foi inspirada em pessoas e fatos reais de seu cotidiano: acredita-se que o coelho atrasado seja uma crítica à repressão da sociedade da época; a lagarta fumante é associada ao consumo do ópio; o gato, às suas crises de enxaqueca, seguidas de alucinações. O Chapeleiro Louco, uma representação da doença mental que acometia os fabricantes de chapéu por ficarem expostos ao mercúrio.

            Sob a aparência sóbria, escondia-se um sentimento de culpa que corroía Carrol de forma implacável. Os estudiosos discordam quanto aos fetiches do autor; uns encaram as fotografias eróticas como “Culto da Criança Vitoriana” (onde a nudez representava a inocência). Há também, conhecimento de que já se fazia uso da cannabis e do haxixe naquela época, assim como a popularidade dos chás de cogumelo era notável.

             A pergunta que não quer calar...

            O legado de Carroll está longe de ser inocente. Além as cartas apaixonadas a filha (que foram queimadas por sua esposa) e o fetiche por retratos de meninas nuas, a suspeita de pedofilia era muito sugestiva.
           A fim de proteger ainda mais as crianças de substâncias químicas, que projeto de Lei você sugeriria? E quanto à castração química, você concorda com o projeto de lei do deputado Marcelo Crivella?

A Bela e a Fera

     

   

    Local: França

    Ano: 1740

    Autor: Gabrielle-Suzanne Barbot de Villeneuve

 Além da ambigüidade na relação entre pai e filha e na rivalidade das irmãs pelo amor paterno, o autor Cocteau dá especial atenção à figura de Fera: na cena do desencantamento descobrimos que um mesmo ator faz dois papéis; num deles, é um adolescente enamorado de Bela que, voltada para o pai, sequer o percebe; noutro, é a Fera. O desencantamento é a reunificação das figuras que sempre foram uma só, estando duplicadas apenas por causa do medo de Bela. Medo magistralmente tratado na cena do espelho, onde se revezam as imagens de Bela, do pai, da Fera e do apaixonado. Na relação sexual subentendida, com que termina o filme onde Bela e Príncipe, enlaçados, as roupas agitadas pelo vento, suavemente elevam-se nos ares...

           A pergunta que não quer calar:

          Por sua vez, a chamada literatura infantil realista, além de privar a criança do acesso ao imaginário maravilhoso, fundamental para sua constituição, procura criar a "criança útil", que compreende o mundo "tal como é", aceita a divisão social dos papéis como divisão sexual correta, faz do trabalho e do sucesso valores centrais. A fantasia é considerada perigosa ou inútil.

          Como se dá a divisão das tarefas, das obrigações e dos direitos entre os sexos na atual sociedade em que vivemos? Em relação a imagem, como a criança absorve o mundo segundo a imposição da mídia pela imagem perfeita?

Sexualidade Reprimida de Rapunzel

Autor: Irmãos Grimm (compiladores)

Local: Inglaterra

Data: entre 1812 e 1822

            Persinette, a Rapunzel francesa, solta o cabelo para poder fazer amor com o príncipe em sua torre. Ela o esconde da fada que a mantém prisioneira, e inventa uma série de burlescos estratagemas para impugnar o testemunho do papagaio, que não pára de traí‑los. Os namorados fogem, mas a fada troca o nariz de Persinette pelo focinho de um asno, o que arruína o prestígio dos dois na corte. Afinal, a fada acaba cedendo e lhe devolve a beleza.

            Na Rapunzel de Grimm, a bruxa descobre o segredo dos namorados, banindo a moça grávida de gêmeos com o cabelo raspado para um deserto, forçando o príncipe a pular da torre; ele cai em um espinheiro, o que o cega. Após isso, vagueia pelo mato durante anos até que, afinal, depara‑se com Persinette, e as lágrimas dela, caindo sobre seus olhos, restituem‑lhe a visão.

             A pergunta que não quer calar...

            Segundo a psicanalista Maria Lucia Potente Barsuglia, "a fábula mostra que viveremos eternos sonhos aprisionantes se não elaborarmos os nossos lutos e não aceitarmos a limitação da realização dos nossos desejos”. 
            Cada vez mais cedo, os pequenos demonstram curiosidade sexual em suas brincadeiras, comentários enquanto assistem a "novela das oito' com a família e fase edípica cada vez com mais ênfase. Segundo especialistas em comportamento, a televisão e a  Internet são as maiores responsáveis nesta descoberta precoce. Qual o benefício e o malefício em punir e desprover o jovem de suas atividades sexuais na adolescência? Como retardar e tratar com respeito o interesse sexual próprio à idade, inclusive na infância?

Cachinhos Dourados de Sangue

 

Autor: Robert Southey
Local: Inglaterra
Data: 1837

            Na versão original, os ursos a matam a garota. Em outras, não é uma menina; a invasora varia entre uma raposa, que é jogada pela janela, e uma velha.De qualquer modo, o final é homicida...

            A pergunta que não quer calar...

            A violência aparece na maior parte das histórias como algo banal, remonta ao período feudal e ainda consegue ser um tema muito atual. Nas brincadeiras infantis, a violência e a agressividade se tornam fascinantes e impulsivas. Estudiosos apontam que a agressividade se faz necessária no processo de desenvolvimento dos pequenos, na auto-expressão e como uma forma de demonstrar traumas ou vivências anteriores. 
             Seu filho já levou uma palmada? Em relação a  você com seus pais, como se deu esse processo de conscientização da não-violência ao longo das gerações?

Espírito Sádico de Cinderela

Cinderela *(1)



Autor: Charles Perrault *(2)

Local: França

Data: 1697

            As irmãs de Cinderela (cujo nome era Rhodopis) tentam calçar os sapatos de cristal para enganar o príncipe; uma delas corta fora os dedos do pé para consegui-lo. É desmascarada pelos pássaros amigos de Rhodopis, que mostram ao príncipe o sangue escorrendo pelos sapatos. Este, insultado, arranca os olhos das duas, que terminam suas vidas cegas e mancas. Na versão dos irmãos Grimm, dois pombos bicam os olhos das irmãs. 
           Em certa versão, Rhodopis assassina a própria mãe. Seu pai jura não mais se casar, a menos que encontre uma mulher tão bela quanto a falecida esposa e que consiga calçar os sapatos dela. Como a filha preenche todos os requisitos... 
            Rhodopis, por sua vez, foge pelo mar num armário de madeira, indo parar do outro lado do mundo, trabalhando como escrava na casa das irmãs malvadas. Na versão A Gata Borralheira, de Giambattista Basile, a protagonista mata a madrasta golpeando-lhe a cabeça com a tampa do baú.

            A pergunta que não quer calar...

           Especula-se que inexiste amizade entre duas mulheres. Entre irmãos, é fato. Observamos muitas vezes em grupos de irmãos que os mais “desajuizados” são os que recebem maior atenção, na intenção dos pais de "colocá-los no bom caminho". Quem fica sem atenção é justamente aquele filho que não necessita de tanto cuidado, abrindo vazão a maior parte das brigas entre eles, ao ciúme, a violência, às grandes mágoas que se perdem com o tempo. 
            Qual o resultado das relações fraternas e do sentimento de disputa? Ele segue até a vida adulta interferindo nos relacionamentos?

*(1) A história já era contada na China antiga.

*(2) Em 2005, os direitos de autor passaram para os Irmãos Grimm.

Vingança Orgíaca em Hamelin

Autor: Irmãos Grimm (compiladores)

Local: Alemanha

Data: entre 1812 e 1822

            O flautista vingativo usa os poderes de sua flauta para raptar todas as crianças da cidade , fazendo-as se afogarem em um rio. Em versões mais antigas, há referências a pedofilia em massa dentro de uma caverna escura.

            A pergunta que nao quer calar...

            Mais uma vez, aparece a triste chaga da pedofilia como narrativa oral transmitida entre as gerações. Através dos estudos comportamentais da Psicologia, sabe-se hoje que uma criança agredida sexualmente tem grandes chances de adotar comportamento assediador, apresentar transtornos de comportamento sexual na vida adulta ou mesmo se for incentivada antes da puberdade.

            Como punir adequadamente pedófilos e respeitando – infelizmente ou felizmente ­- os seus direitos humanos?

Porquinho endocanibal

Autor: Joseph Jacobs

Local: Inglaterra

Data: 1890

            O conto original é curto: o lobo mau não perde tanto tempo assoprando casas. Faz isso para pegar os dois primeiros porquinhos, os quais são logo devorados. O terceiro — o mais esperto de todos — é o entrave.

            O lobo decide entrar pela chaminé. Entretanto, o porquinho tinha colocado um caldeirão com água fervente na lareira. O lobo cai dentro e morre. Ele — e os dois outros porquinhos em seu estômago — são agora o sinistro jantar do terceiro porco.

             A pergunta que não quer calar...

            “A violência é tão fascinante” já dizia Renato Russo...

           História horrenda, ao narrar sobre um porquinho que mata o lobo em água quente e ainda prepara o macabro jantar seleto de carne dele e vísceras dos próprios irmãos, que ainda se encontravam no estômago do vilão...
           Mesmo na linda versão da Disney, a moral não se encerra apenas na questão de sair ou dar intimidade a estranhos mal-intencionados. Para a criança, a violência também é uma forma de expressão, onde ela vivencia aquilo que condiz com sua realidade. É de saltar aos olhos a necessidade de “matar ou morrer”, ou seja, quem é mau deve morrer e ser banido da sociedade.

            Como você vê a curiosidade que as crianças têm em relação à violência? É saudável enquanto forma de expressão?

O Pequeno Polegar, a rejeição e a fome da criança de rua

Autor: Charles Perrault

Local de Origem: França

Data: 1697

 Pequeno Polegar era o mais jovem de sete irmãos. Seu pai os abandonou na floresta para morrerem devido às condições de fome pela qual a Europa passava. Depois de muito andar, as crianças avistaram um castelo e o invadiram em busca do abrigo e do alimento que lhes foi negado pelo pai.

O proprietário, um ogro, desejou devorá-los. Polegar, durante a noite, trocou o seu chapéu e os de seus irmãos pelas coroas das filhas do ogro, que as devorou pensando que fossem os rapazes. Polegar calçou as botas encantadas do ogro enquanto ele dormia, ajudando os irmãos a fugirem.

            A pergunta que não quer calar...

O pequeno polegar da historinha é apenas mais uma criança pobre, que nutre a fantasia dos pais metade bons e metade maus (a fantasia se serem mortos eminentemente pelos pais), que vive na rua, tem sua ânsia de fome e nenhuma perspectiva de vida. No mundo dos espertos,  precisa desenvolver a habilidade para sobreviver, mesmo sendo necessário para tanto roubar os demais e utilizar-se de artifícios de engodo e mentira.

          Ainda observamos alguns demagogos de plantão criticando e colocando em dúvida a veracidade das histórias ao longo dos séculos, atribuindo as versões mais severas a plágios baratos. Infelizmente, a fome sempre existiu, assim como o descaso aos mais necessitados.  A doação, em espécie ou dinheiro, nos sinais , nas ONGs e nas instituições, de alguma forma incentiva a pobreza e os pedintes nas ruas? Programas como o Bolsa-escola e até mesmo o Prouni financiam a acensão da pobreza a uma melhor qualidade de vida ou apenas justificam uma boa-ação do governo tardia e degradam o esforço dos demais ?

João, o Menor Infrator

João e o Pé-de-Feijão

Autor: Joseph Jacobs

Local: Inglaterra

Data: 1890 *

    

            As artimanhas de João como ladrão levam-no a invadir a residência do gigante para roubar-lhe os tesouros, os quais, em algumas versões, consistem em uma gansa que colocava ovos de ouro e uma harpa de ouro mágica.

             A pergunta que não quer calar...

            Dentre todas as fábulas, João e o pé-de-feijão seja a mais controversa e politicamente incorreta de todas. Já percebeu que o protagonista comete latrocínio? Pobreza e dificuldade são justificativas às crianças para que se cometa roubo seguido de morte? 
            Pedagogos defendem que não é necessário apresentar o mundo de horror das histórias originais, como o roubo e a morte desta história, enquanto os mais instigadores defendem a " verdade acima da verdade". Qual sua opinião a respeito? A fome justifica o roubo por parte de uma criança de sete anos?  Como a “FASE” (antiga FEBEM) age no processo de recuperação dos menores que sofrem privações e caem na marginalidade?

* Também há a versão dos irmãos Grimm.

A Raposa de Botas

O Gato de Botas

Autor: Charles Perrault

Local: França

Data: 1697

            O gato é um trapaceiro que usa de falsidades e mentiras para salvar a própria pele, mascarando suas atitudes como benfeitorias para com seu amo. Nas versões antes de Perrault, o dono, no fim, logra o Gato ‑ que, na verdade, é uma raposa descalça.

            A pergunta que não quer calar...

            A historinha alerta seu filho no cuidado com pessoas muito sedutoras que parecem inofensivas devido seu aspecto. Aquelas que são contadas na escola realmente preparam seu filho para a vida na sociedade agressiva em que vivemos, ou o tema original perdeu-se com o tempo? Sabe-se que psicopatas e até mesmo “traficantes de porta de escola” apresentam este perfil angelical e convidativo...
             Você costuma deixar "pequena mentirinhas" do cotidiano escapar na frente das crianças? Acredita ser um mal significante?

Cultura da morte - Boto Cor de Rosa

        

Boto

Autor desconhecido

Local: Brasil

Data desconhecida

Na Região Norte, o boto que se transforma em homem e engravida    garotas, é assassinado com tiros ou porretadas. Em alguns casos, têm suas cabeças violentamente quebradas, exalando odor de cachaça.

            A pergunta que não quer calar...

As meninas de décadas passadas tinham grande dificuldade de relacionamentos afetivos: namorar, só em casa, sentadas ao sofá, com um dos pais no meio! No entanto, devido a falta de informação e afobação própria a qualquer ser humano, pois a latência sexual está nos nossos cromossomos (apesar das avós continuarem afirmando que não),  a gravidez precoce era muito comum, que acabava em lindos casamentos... inclusive, somos frutos de alguns...

           Gravidez precoce: quem é o maior afetado? A mulher, devido às condições gerais, como na  interrupção da escola; o homem, que ainda jovem, deve apresentar responsalidade na nova família, abandonando atividades anteriores? Os avós que se submetem a responsabilidades que os filhos não terão? Ou a própria criança que se privará do amadurecimento dos pais?

Pinocchio e o Panfleto político

Pinocchio

Autor: Carlo Lorenzini (pseudônimo Carlo Collodi)

Local: Itália

Data: entre 1881 e 1883. 

            Os escritos do autor, além de políticos, continham aspectos metafísicos, especialmente Le avventure di Pinocchio, que são ignorados pelos leitores modernos. O maçom Giovanni Malevolti descreve o teor maçônico de Lorenzini: "Collodi teve iniciação na Maçonaria. Aldo Mola, um não-maçom, que é geralmente definido como historiador oficial da Maçonaria, expressou (...) o início do escritor na família maçônica. "Há duas maneiras de ler "As Aventuras de Pinóquio". A primeira é (...) "profana", onde o leitor, muito provavelmente uma criança, aprende sobre os percalços do boneco de madeira. A segunda é uma leitura a partir de um ponto de vista maçônico, onde os simbolismos pesados serão completos (...)".Lorenzini escreveu a obra após traduzir textos místicos: uma história narrativa simples que pôde ser apreciado pelas massas, com um sentido oculto reservado aos que ele considerava "sábios"

             A pergunta que não quer calar...

             Visto através dos olhos de um iniciado, Pinóquio torna-se uma alegoria espiritual simbólica. Inspirado em clássicos da metafísica, o autor escreveu um conto moderno de iniciação mística, que é o aspecto mais importante da vida maçônica. Detalhes simbólicos acrescentados às adaptações para o cinema manifestam grande entendimento do significado oculto subjacente do livro de Collodi. Considerando as inúmeras reedições de Pinóquio, pode-se dizer que o mundo foi testemunha de seu caminho para a iluminação; poucos compreenderam a verdade oculta. 
            Mesmo na era da informação, educação de qualidade é restrita a poucos ou está disponível a qualquer interessado? O que leva um estudante a disputar 1 vaga para 51 inscritos em concurso Vestibular para Medicina no RS em 2011? O que qualifica apenas duas profissões levarem o título popular de “doutor” – Direito e Medicina – sendo que as demais também são graduações de mesmo cunho? Seria influência da cultura, onde esses títulos pertenciam apenas a uma determinada classe social devido às horas de estudo e dedicação?

            Ainda: Qual sua opinião a respeito da OAB ter o projeto de banir a famosa prova, a fim de diminuir a barreira de acesso de novos formandos à ordem? Seria a qualidade de ensino que vem piorando e, por consequência, um serviço prestado com menor qualidade à população, ou apenas uma forma de inclusão àqueles que não conseguem sucesso nesta avaliação?

Suicídio Passional da Pequena Sereia

Autor: Hans Christian Andersen

Local: Dinamarca

Data: entre 1835 e 1872

           

            Ariel entra em profundo desgosto ao descobrir que o príncipe com quem pretendia casar-se, desposa outra mulher. Suas irmãs lhe oferecem uma faca com a qual poderia matá-lo, a fim de tornar-se sereia novamente. Entretanto, decide suicidar-se pulando no mar, dissolvendo-se em espuma na costa.

             A pergunta que não quer calar...

             Andersen amenizou o final do suicidio... Ao invés de morrer na praia, ela se torna “filha do ar”, esperando ir para o céu. Em uma outra versão, ela sangra beirando a morte, pois uma bruxa lhe corta a língua e divide-lhe a cauda ao meio. 
             Dados interessantes, segundo a Scielo: A idade média dos suicidas pesquisados ficou em 44 anos, com predomínio do sexo masculino (79,6%). A maioria dos casos não tinha união estável (38,8%) e utilizou com mais freqüência o enforcamento como método, com 68,4% dos óbitos. A cidade com mais incidência foi Grão Pará com coeficiente de 20,2.             Mais uma vez, a questão do abandono; novidade aqui é o suicídio.  O que leva as pessoas a cometerem este ato? Sabemos que geralmente tem fundo sentimental relacionado ao cônjuge, namorado (a), finanças, doenças terminais, etc. Como justificar atos extremos em nome do amor?


fonte: www.scielo.br/scielo.php?pid=S0047-20852008000100008&script=sci_arttext

O Mágico de Oz

Autor: Frank Baun
Ano: 1856 a 1919
Local: Estados Unidos

 
 A casa de Dorothy um belo dia foi alvo de um tornado. Ela foi sugada pelo ciclone, com a pequena Dorothy e seu companheiro, Totó, e cai  em cima da Bruxa Má do Leste. A Bruxa Boa do Norte, dá os sapatinhos de rubi a ela, que pertenciam a Bruxa Má do Leste, e a aconselha a ir a Cidade da Esmeralda, onde ela pode se consultar com o Mágico de Oz e pedir para voltar para casa. Dorothy segue a Estrada de Tijolos Amarelos até a Cidade das Esmeraldas, onde encontra o Espantalho,Homem de Lata e o Leão Covarde. No final, tudo era um sonho de Dorothy.

          A pergunta que não quer calar...

          Frank  Baum era um grande adepto do ocultismo. Cismam alguns autores que era adepto do satanismo, mas isso corre á boca pequena, posto que já trouxe em suas obras artigos sobre Buda, Confucio e até Jesus Cristo! Muito politizado também, observa-se na rodagem do filme, vários símbolos sobre política, ocultismo, maçonaria e até mesmo sobre o temido Aleister Crowley, tão falado nas músicas (enlouquecidas) do querido Raul Seixas e Paulo Coelho – O mago... Já diziam nossos avós que política e religião nao se discute... Como engajar as crianças á religião e política de forma sadia?

João e Maria e a negligência

João e Maria

Autor: Irmãos Grimm (compiladores)

Local: Alemanha

Data: entre 1812 e 1822

         

            O pai os larga na floresta para morrerem de fome. Originalmente, é a madrasta que pressiona o marido a largar as crianças. Em certa versão, há um casal de demônios e, ao invés de cozinhar João, querem estripá-lo num cavalete de madeira.

            Quando o demônio sai para uma caminhada, a esposa manda Maria ajudar João a subir no cavalete; assim, quando seu marido voltar, tudo já estará preparado. A menina finge não saber como colocar João deitado e pede-lhe para mostrar como se faz. Quando ela deita no cavalete, as crianças a amarram e a degolam. Depois, fogem levando o dinheiro e a carroça do casal. Em uma versão francesa mais antiga (chamada “As Crianças Perdidas”) há a presença de uma guilhotina.

            Na versão largamente conhecida de “João e Maria”, há duas crianças que se perdem na floresta e encontram uma casa feita de doces que pertence a uma bruxa. Esta as aprisiona para canibalizá-las. As crianças conseguem atirá-la no fogo, degolam-na e fogem.

            A pergunta que não quer calar...

            Mais uma vez, configuram o roubo, a fome, o abandono e a morte, desta vez pela sobrevivência. Mesmo que seu filho assista a versão da Disney, é comum que até certa idade a criança necessite assistir várias vezes o mesmo filme, pois faz parte do processo de desenvolvimento intelectual nesta idade. Você acredita que esse mecanismo colabore na aquisição indevida das informações subliminares contidas nos filmes, como o medo de perder os pais e a morte em si?

Príncipe Abusador de uma Garota Adormecida

Bela Adormecida

Autor: Charles Perrault

Local: França

Data: 1697

            Talvez, a mais bizarra. Na história original, ao cortar o dedo na agulha e adormecer devido o encanto - até aí tudo bem – reza Hollywod que somente o beijo do príncipe encantado livrará a jovem Tália do feitiço e, de quebra, viverão felizes para sempre... Na historinha original, mais uma vez, o príncipe acaba por estuprar aquele corpo caído, o que na era medieval não era considerado barbárie, visto que a vontade real sempre seria maior que a integridade de uma pobre moça, pobre e analfabeta - apenas mais uma desgraçada! Ela fica grávida de gêmeos que, ao nascerem, na angústia de fome e procura do seio materno, encontram o dedo da mãe e, ao sugar e retirar a agulha "encantada", fazem-na acordar com os filhos recém-nascidos nos braços.

             A pergunta que não quer calar...

            Instigante: ao reclamar a paternidade, o príncipe, que já era casado com a própria mãe, a recolhe no castelo e toma-a por amante. Sua esposa-mãe real era incrivelmente feia - porém, rica, e literalmente, devoradora de crianças, já que também era uma ogra...  

            Estupro, abandono e incesto nas fábulas infantis?

            Seu filho assiste a novelas e seriados na TV aberta? Acredita que ele já tem capacidade de absorver todo o conteúdo sexual subliminar nos programas, ou discorda que os meios de informação não colaboram para esse florescimento da latência precocemente? No carnaval, mulheres rebolam na frente das câmeras em trajes não menores – mas talvez inexistentes - nas novelas, sempre há o “garanhão” que, além de ter vários relacionamentos amorosos, ainda é qualificado como protagonista em algumas produções, apesar de seu comportamento eticamente questionável...

Branca de Neve e a Necrofilia

Branca-de-Neve

Autor: Irmãos Grimm (compiladores)

Local: Alemanha

Data: entre 1812 e 1822

            A "madrasta malvada" não cai de um penhasco, ela morre queimada. Na versão compilada pelos Irmãos Grimm, a protagonista tem sete anos de idade. Ao invés de um "beijo de amor", o príncipe carrega o cadáver da menina para seu palácio; assim ela estaria sempre com ele.

            Depois de algum tempo, um de seus servos, cansado de carregar o caixão de um lado para o outro, desconta as frustrações desferindo golpes no corpo. Um destes faz que ela vomite a maçã envenenada e assim volte à vida. Há momentos sangrentos: a rainha pediu ao caçador não somente o corpo, como também outros órgãos tais como pulmão e fígado, acrescidos de um jarro com seu sangue, para canibalizá-la.

            Também no original, a princesa acorda com o balanço do cavalo do príncipe, enquanto era levada para o castelo. Não há “beijo mágico”...

            A pergunta que não quer calar...

            Ninfomania, pedofilia, infanticídio ou necrofilia? Ou os quatro?

            Segundo os irmãos Grimm, a pequena Branca de Neve tinha apenas sete anos na história. Na época, a pedofilia era bastante comum, e vivia-se em uma sociedade em que as meninas casavam antes mesmo da menarca, ou seja, sua maturação sexual com a primeira menstruação. Existem várias versões; em uma, Branca de Neve tem fantasias sexuais com os anões, associando a questão da metade homem e metade menino.  O que o príncipe queria fazer com o corpo desfalecido de uma garota é algo que vou deixar para sua imaginação...
            Ainda na versão dos irmãos Grimm, a rainha má (mãe de Branca de neve, em algumas versões) é forçada, no final, a dançar até a morte usando sapatos de pedra. Há também uma versão da história em que a pensa em matá-la... Mas isso seria muita obscuridade para uma historinha só...
            Há quem diga que são intrigas os temas polêmicos trazidos pelos pesquisadores dos Irmãos Grimm, apesar de que a sociedade tem evoluído ao longo dos anos junto à moral. A necrofilia e a pedofilia, infelizmente, fizeram parte da cultura e algumas civilizações. Você atribui ao que o fato dessas práticas persistirem na nossa sociedade de mais de dois mil anos?